
Foto: Nelson SÁ/AFP
Porto Velho, RO - A Polícia Federal indiciou o jogador Bruno Henrique, atacante do Flamengo, por supostamente ter forçado um cartão amarelo para beneficiar apostadores em uma partida válida pelo Brasileirão de 2023, contra o Santos. Uma eventual denúncia, porém, cabe ao Ministério Público.
No rol de indiciados ainda estão três familiares do atleta: Wander Nunes Pinto Júnior (irmão), Ludymilla Araújo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima). Seis amigos de Wander que integrariam o segundo núcleo de apostadores completam a lista.
O indiciamento de BH e de seu irmão se baseia no artigo 200 da Lei Geral do Esporte: fraudar ou contribuir para que se fraude o resultado de uma competição esportiva. A pena prevista é de reclusão de dois a seis anos, mais uma multa. Os demais foram indiciados por estelionato.
O site Metrópoles divulgou trechos das quase 4 mil conversas de Bruno Henrique no WhatsApp analisadas pela PF — muitas delas estavam vazias ou apagadas. No celular de Wander, os investigadores identificaram diálogos que apontariam o envolvimento do jogador em um esquema para receber o cartão contra o Santos.
Em 29 de agosto, Wander perguntou quando o irmão levaria o cartão, ao que BH respondeu: “Contra o Santos”. Em 1º de novembro, de fato, ele cometeu uma falta, foi advertido com um amarelo aos 50 minutos do segundo tempo e, logo na sequência, recebeu o vermelho por reclamação.
Em novembro de 2024, a PF e o Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriram doze mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre manipulação de apostas. Entre os alvos estava Bruno Henrique.
A diligência ocorreu após relatórios da Associação Internacional de Integridade de Apostas e da Sportradar, que fazem análise de risco, indicarem suspeitas de manipulação do mercado de cartões naquela partida.
O Flamengo decidiu, contudo, não afastar Bruno Henrique do time. O jogador se manifestou sobre as suspeitas após o título da Copa do Brasil de 2024: “Minha vida e a minha trajetória, desde que comecei a jogar futebol, nunca foram fáceis. Mas Deus sempre esteve comigo. Estou tranquilo em relação a isso, junto com meus advogados, empresários e pessoas que estão nessa batalha comigo. Peço que a justiça seja feita”.
Fonte: Carta Capital
0 Comentários