Simone Biles e Jordan Chiles — Foto: Reprodução / redes sociais
O esforço de Jordan Chiles para recuperar sua medalha de bronze foi reforçado com dois novos recursos apresentados ao Supremo Tribunal Federal da Suíça. Os advogados dela tentam anular uma decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) que resultou na retirada da ginasta olímpica do pódio do solo em Paris-2024. A USA Gymnastics também entrou com um recurso separado nesta terça-feira em conjunto com o pedido de Chiles.
Os novos recursos pedem ao tribunal que exija do CAS a reabertura dos procedimentos para análise de evidências de vídeo e áudio que a equipe de Chiles e a USA Gymnastics dizem ser essenciais para seu caso.
"A evidência em questão — filmagens de uma equipe de documentário que estava gravando as finais de solo da ginástica feminina — prova que a decisão anterior do CAS se baseou em um erro factual crítico que foi agravado pelo fato de que o CAS concedeu a Chiles menos de um dia para se preparar para sua audiência", disse o comunicado dos advogados da atleta. "O CAS retirou a medalha de bronze de Chiles com base em sua conclusão de que o técnico de Chiles atrasou quatro segundos para demandar a correção da pontuação de Chiles, mas as novas evidências mostram claramente que o pedido de apuração foi feita a tempo".
Para os advogados, a evidência audiovisual "que o CAS se recusou a considerar prova claramente" que a medalha de bronze de Jordan em Paris estava "correta".
As cenas gravadas para o famoso documentário sobre a trajetória de Simone Biles viraram peça-chave no recurso interposto pela equipe da compatriota dela. Documentos judiciais revelam que a diretora Katie Walsh e a produtora Religion of Sports, que registravam imagens das Olimpíadas com uma permissão especial para a série sobre Biles, forneceram o material para as alegações de Chiles.
"A filmagem pode ser a prova cabal na luta de Chiles para manter sua medalha de bronze, porque enfraquece uma descoberta factual fundamental na decisão do Tribunal Arbitral do Esporte − mostrando que a apelação da pontuação da ginasta americana, conhecida como inquérito, foi enviada bem antes do prazo de 60 segundos", explicou o USA Today.
Treinadora de Chiles e de Biles, Cecile Landi grita "Inquérito para Jordan" 49 segundos depois da exibição da nota da americana na final do solo. A técnica repete "Inquérito para Jordan" e "para Jordan" antes do prazo de 60 segundos se esgotar, apontam as imagens citadas no recurso.
Chiles conta com o apoio do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos e da Federação de Ginástica dos Estados Unidos no caso.
'Direito de ser ouvida'
Segundo o jornal inglês The Guardian, o recurso de Chiles também sustenta que a audiência do CAS violou seu "direito de ser ouvida" ao se recusar a permitir evidências em vídeo que a Federação de Ginástica Americana tinha para provar que o recurso pedido estava dentro do limite de um minuto.
Além disso, os advogados da americana argumentam que Hamid Gharavi, presidente do painel do CAS, que tomou a decisão de retirar a medalha de Chiles, tem "um sério conflito de interesses" porque atuou como consultor jurídico da Romênia.
Inicialmente, Chiles havia ficado em terceiro. Isso só foi possível após pedido de revisão de sua pontuação. Quando a nota aumentada da americana foi anunciada, Barbosu já celebrava o pódio. Ela deixou o ginásio desolada.
A federação romena recorreu ao CAS em duas frentes. Questionou tanto a revisão da nota de Chiles quanto a punição dada a Voinea, que, ao fim da disputa, ficou em quinto. Em relação a este segundo caso, argumentam que a ginasta não pisou fora da linha, motivo para ter perdido um décimo (não fosse este desconto, teria ficado com o bronze).
O CAS não suspendeu a punição dada a Voinea. Mas anulou a revisão da nota de Chiles. A justificativa foi de que os americanos entraram com recurso quatro segundos após o prazo. Desta forma, o bronze retornou para Barbosu. Chiles voltou à sua nota original e caiu para o 5º lugar. Voinea acabou em 4º.
Chiles foi ordenada a devolver a medalha à romena Ana Barbosu depois da reavaliação das notas e, na semana passada, voltou a lamentar a perda do bronze. Durante o "MTV Video Music Awards", em Nova York, a ginasta de 23 anos afirmou estar devastada pela decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
— A maior coisa que me foi tirada foi o reconhecimento de quem eu sou. Não apenas meu esporte, mas a pessoa que sou. Não se trata de medalha. É sobre a cor da minha pele. É sobre o fato de que houve coisas que levaram a essa posição de ser atleta. E eu senti como se tudo tivesse sido arrancado — disse Chiles.
Fonte: O GLOBO
O esforço de Jordan Chiles para recuperar sua medalha de bronze foi reforçado com dois novos recursos apresentados ao Supremo Tribunal Federal da Suíça. Os advogados dela tentam anular uma decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) que resultou na retirada da ginasta olímpica do pódio do solo em Paris-2024. A USA Gymnastics também entrou com um recurso separado nesta terça-feira em conjunto com o pedido de Chiles.
Os novos recursos pedem ao tribunal que exija do CAS a reabertura dos procedimentos para análise de evidências de vídeo e áudio que a equipe de Chiles e a USA Gymnastics dizem ser essenciais para seu caso.
"A evidência em questão — filmagens de uma equipe de documentário que estava gravando as finais de solo da ginástica feminina — prova que a decisão anterior do CAS se baseou em um erro factual crítico que foi agravado pelo fato de que o CAS concedeu a Chiles menos de um dia para se preparar para sua audiência", disse o comunicado dos advogados da atleta. "O CAS retirou a medalha de bronze de Chiles com base em sua conclusão de que o técnico de Chiles atrasou quatro segundos para demandar a correção da pontuação de Chiles, mas as novas evidências mostram claramente que o pedido de apuração foi feita a tempo".
Para os advogados, a evidência audiovisual "que o CAS se recusou a considerar prova claramente" que a medalha de bronze de Jordan em Paris estava "correta".
As cenas gravadas para o famoso documentário sobre a trajetória de Simone Biles viraram peça-chave no recurso interposto pela equipe da compatriota dela. Documentos judiciais revelam que a diretora Katie Walsh e a produtora Religion of Sports, que registravam imagens das Olimpíadas com uma permissão especial para a série sobre Biles, forneceram o material para as alegações de Chiles.
"A filmagem pode ser a prova cabal na luta de Chiles para manter sua medalha de bronze, porque enfraquece uma descoberta factual fundamental na decisão do Tribunal Arbitral do Esporte − mostrando que a apelação da pontuação da ginasta americana, conhecida como inquérito, foi enviada bem antes do prazo de 60 segundos", explicou o USA Today.
Treinadora de Chiles e de Biles, Cecile Landi grita "Inquérito para Jordan" 49 segundos depois da exibição da nota da americana na final do solo. A técnica repete "Inquérito para Jordan" e "para Jordan" antes do prazo de 60 segundos se esgotar, apontam as imagens citadas no recurso.
Chiles conta com o apoio do Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos e da Federação de Ginástica dos Estados Unidos no caso.
'Direito de ser ouvida'
Segundo o jornal inglês The Guardian, o recurso de Chiles também sustenta que a audiência do CAS violou seu "direito de ser ouvida" ao se recusar a permitir evidências em vídeo que a Federação de Ginástica Americana tinha para provar que o recurso pedido estava dentro do limite de um minuto.
Além disso, os advogados da americana argumentam que Hamid Gharavi, presidente do painel do CAS, que tomou a decisão de retirar a medalha de Chiles, tem "um sério conflito de interesses" porque atuou como consultor jurídico da Romênia.
Inicialmente, Chiles havia ficado em terceiro. Isso só foi possível após pedido de revisão de sua pontuação. Quando a nota aumentada da americana foi anunciada, Barbosu já celebrava o pódio. Ela deixou o ginásio desolada.
A federação romena recorreu ao CAS em duas frentes. Questionou tanto a revisão da nota de Chiles quanto a punição dada a Voinea, que, ao fim da disputa, ficou em quinto. Em relação a este segundo caso, argumentam que a ginasta não pisou fora da linha, motivo para ter perdido um décimo (não fosse este desconto, teria ficado com o bronze).
O CAS não suspendeu a punição dada a Voinea. Mas anulou a revisão da nota de Chiles. A justificativa foi de que os americanos entraram com recurso quatro segundos após o prazo. Desta forma, o bronze retornou para Barbosu. Chiles voltou à sua nota original e caiu para o 5º lugar. Voinea acabou em 4º.
Chiles foi ordenada a devolver a medalha à romena Ana Barbosu depois da reavaliação das notas e, na semana passada, voltou a lamentar a perda do bronze. Durante o "MTV Video Music Awards", em Nova York, a ginasta de 23 anos afirmou estar devastada pela decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
— A maior coisa que me foi tirada foi o reconhecimento de quem eu sou. Não apenas meu esporte, mas a pessoa que sou. Não se trata de medalha. É sobre a cor da minha pele. É sobre o fato de que houve coisas que levaram a essa posição de ser atleta. E eu senti como se tudo tivesse sido arrancado — disse Chiles.
Fonte: O GLOBO
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