Técnico do Real Madrid apoiou iniciativa por mudança dos atletas e disse que "objetivo é jogar menos partidas para evitar lesões"

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid — Foto: JAIME REINA / AFP

 Os jogadores do futebol europeu estão expondo cada vez mais a insatisfação com o calendário de partidas na temporada. Em meio a declarações que apontam para a necessidade de mudança, Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, defendeu a causa dos atletas, que já reconhecem a possibilidade de greve com o cenário vigente.



— A reclamação não vai alterar o calendário desta temporada. É importante refletir sobre isso e pensar que os jogadores estão cansados e querem mudar o futuro do futebol. A redução dos jogos poderia ser o resultado de um queda salarial generalizada, o que os atletas merengues não teriam problemas em executar. O objetivo é jogar menos partidas para evitar lesões — disse Ancelotti, em entrevista coletiva antes do jogo do Real diante do Espanhol pela La Liga.

Nesta temporada, a UEFA adotou uma alteração no formato da Champions League, que passou a ter mais dois jogos na fase inicial, já que, agora, são oito rodadas com adversários diferentes em vez de seis com turno e returno. Ainda há uma disputa eliminatória para quem não se classifica diretamente às oitavas de final.

Recentemente, o meia do Manchester City Rodri deixou claro o descontentamento com o calendário e indicou que há chances dos jogadores entrarem em greve.

— Acho que estamos próximos disso (greve). É fácil de entender. Se perguntar para qualquer outro jogador, vai dizer o mesmo. Se continuar assim, chegará um momento em que não teremos outra opção. É algo que nos preocupa porque somos as pessoas que sofrem — afirmou Rodri.

Na mesma linha de pensamento do espanhol, Koundé, do Barcelona, e Carvajal, do Real Madrid, criticaram o excesso de partidas e a falta de comunicação com jogadores e comissão técnica sobre o assunto.

— Concordo com tudo o que ele (Rodri) disse. O calendário fica mais longo a cada ano, temos mais jogos, menos tempo de descanso. Já falamos isso há muito tempo e ninguém presta atenção em nós, os jogadores e os treinadores não são ouvidos — reclamou o zagueiro francês do Barça.

— Fazer greve é ​​uma possibilidade. Os jogadores não são levados em conta, devemos levantar a voz — falou Carvajal, em declaração à Rádio Cope.

O Manchester City e o Real Madrid podem atingir até 79 partidas em 2024/2025. O novo Mundial de Clubes no ano que vem também contribui para essa quantidade de jogos.


Fonte: O GLOBO