Escritorio do Íon, do Itaú — Foto: Divulgação

Criado em 2021 pelo Itaú para competir com plataformas de investimentos como a XP, o Íon encerrou o primeiro semestre com R$ 650 bilhões em ativos sob custódia. A cifra representa um avanço de 9% em relação ao fim do ano passado. O crescimento atesta o acirramento da disputa pelos recursos de investidores justamente em um momento de juros altos, no qual o apetite por aplicações mais sofisticadas fica mais arisco.

A plataforma começou a ser arquitetada pelo Itaú logo após o Banco Central proibir o banco de assumir o controle da XP, em 2018. Já em 2020, o banco lançou um posicionamento institucional da marca Personnalité, criticando o modelo de remuneração das corretoras — uma crítica velada, mas ao mesmo tempo óbvia, à XP. No ano seguinte, o Íon foi lançado.

— A XP fez uma disrupção no mercado, e acreditamos que estamos fazendo uma segunda. Nos inspiramos no conceito de especialização trazido pela XP, mas nossa aposta é em um modelo diferente: em vez de uma rede grande de agentes autônomos, montamos um time próprio do banco, menos diluído, cuja remuneração variável também depende do desempenho da carteira dos clientes — diz Fábio Horta, diretor de distribuição e assessoria de investimentos do Itaú.

Ao todo, são 3 mil pessoas no time do Íon, sendo 2 mil “especialistas”. (A XP tem R$ 1,16 trilhão em ativos, mas captados por 18,3 mil agentes autônomos.) As equipes são divididas em 129 times — ou “escritórios”, no jargão da empresa — espalhados por todo o país. O próximo será aberto na Praia de Botafogo, onde já mantém outros times.

— O escritório físico é uma opção que fazemos questão de manter. É como a praia do Rio. Mesmo o carioca que nunca vai gosta de saber que ela está lá — brinca Horta.

Além do Íon, o Itaú vem reforçando sua artilharia de investimentos com aquisições. Em 2022, comprou a corretora Ideal; no ano passado, adquiriu o controle da Avenue, corretora digital nos EUA.


Fonte: O GLOBO