De acordo com o presidente, será convocada uma reunião do Ministério da Justiça com ministros que governaram estados para avaliar o tema da segurança pública

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a construção de uma proposta com os estados para combater o crime organizado no país. De acordo com Lula, será convocada uma reunião do Ministério da Justiça com ministros que governaram estados para avaliar o tema da segurança pública.

Em entrevista à TV Centro América, nesta segunda-feira (30), Lula explicou que a proposta inicial é reunir os 27 governadores de estado para alinhar formas de combater a criminalidade, entre elas o narcotráfico, o contrabando de armas e o garimpo em áreas onde há a presença de Terras Indígenas.
— Nós temos que pactuar qual é o papel do Governo Federal, qual é o papel do governo estadual. Onde é que vai entrar as Forças Armadas, onde é que vai entrar a Polícia Nacional, onde é que vai entrar a Polícia Federal? Porque tudo tem que ser combinado. Porque a Polícia Federal não pode entrar no estado para resolver um crime estadual — afirmou o presidente.

No último dia 16, o presidente já havia anunciado que irá discutir a chamada “PEC da Segurança Pública”, aposta do governo no combate ao crime, com os 27 governadores. A iniciativa altera a Constituição para aumentar a prerrogativa da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal na luta contra milícias, máfia do jogo do bicho e facções criminosas.

A PEC é vista com receio por governadores e parlamentares e está sob análise de Lula. Após derrotas no Congresso, o petista decidiu debater a proposta com os estados, argumentando que "a segurança é mais estadual do que federal".

Segundo o presidente, o combate ao crime organizado no Brasil é um desafio devido à extensão territorial do país. No caso do garimpo ilegal, o presidente ressaltou que o governo vem fortalecendo a Polícia Federal, com a criação de uma base policial na região da Amazônia.

— A gente está fortalecendo a Polícia Federal, criamos uma base da Polícia Federal na região da Amazônia, que é para que a gente possa cuidar disso com prioridade, porque não é só combater o garimpo, é combater o crime organizado, é combater o contrabando de armas, o contrabando, o tráfico de drogas. Então é uma coisa mais séria. Nós temos quase 17 mil quilômetros de fronteira seca no Brasil. É muita fronteira. Só com a Bolívia, a gente tem 3 mil quilômetros. Então é preciso que a gente se prepare — disse.


Fonte: O GLOBO