Petrobras reajustou os preços do combustível e do botijão de GLP nas refinarias pela 1ª vez em 2024

 A gasolina e o gás de cozinha ficarão mais caros a partir desta 3ª feira (9.jul.2024). A Petrobras anunciou na 2ª feira (8.jul) o 1º reajuste nos preços de 2024 para os 2 combustíveis nas suas refinarias. Também é o 1º aumento desde que a nova CEO da estatal, Magda Chambriard, tomou posse, em 24 de maio.

O preço da gasolina terá aumento R$ 0,20 por litro da gasolina, passando de R$ 2,81 para R$ 3,01. O valor estava inalterado foi em outubro do ano passado, quando a empresa cortou em R$ 0,12 o litro da gasolina. Já o último aumento no preço do combustível foi em agosto de 2023.

Considerando a mistura obrigatória de etanol na composição da gasolina vendida nos postos, a parcela da Petrobras composição do preço ao consumidor será de R$ 2,20/litro, uma variação real de R$ 0,15 a cada litro da gasolina que chega ao consumidor.



Já o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), popularmente conhecido como gás de cozinha, também teve aumento. A partir desta 3ª feira (9.jul), o preço do botijão de 13 kg será de R$ 34,70 nas bases da Petrobras, uma alta de R$ 3,10.

A escalada do dólar em 2024 vinha ampliando a defasagem do preço dos combustíveis Petrobras na comparação com o mercado internacional. O cenário resulta em perdas econômicas para a estatal, mas também afeta os agentes privados, como refinarias e importadores, que têm a operação inviabilizada por causa do preço descolado do resto mundo.

A estatal mudou sua política de preços em maio de 2023 para deixar de se guiar pelo PPI (Preço de Paridade de Importação). Segundo estimativas da Refina Brasil, entidade que representa as refinarias privadas, a estatal já deixou de faturar R$ 10 bilhões com os valores praticados desde então.

O último reajuste da Petrobras tinha sido em dezembro de 2023, quando reduziu o preço do diesel em R$ 0,30 por litro para as distribuidoras e o valor passou para R$ 3,48.

Embora a companhia tenha abandonado o método como política de precificação, passando a dar mais peso aos custos internos, a cotação do petróleo e o câmbio ainda têm influência sobre os preços. Isso porque 25% do diesel consumido no Brasil é importado, assim como 15% da gasolina. Essa compra no exterior é feita pelo preço do PPI.

Como os preços praticados no mercado interno inviabilizam importadores privados de atuarem, a própria Petrobras precisa aumentar suas importações para suprir a demanda nacional. Ou seja, a defasagem também acarreta em custos para a companhia.

O PPI foi adotado como política de preços da Petrobras na gestão Michel Temer (MDB) e vigorou durante todo o governo Jair Bolsonaro (PL). A metodologia trazia flutuações constantes aos preços internos, repassando as variações do dólar e do petróleo.

Quando foi eleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obrou um “abrasileiramento” da política de preços como forma de reduzir os valores. Com o novo método, quando o barril de petróleo tem altas expressivas, a Petrobras não repassa os aumentos imediatamente, provocando as defasagens.

Fonte: Poder360