Porto Velho, Rondônia - Relatos de analistas e economistas após reuniões com diretores do Banco Central têm sido unânimes em apontar a preocupação dos membros da autoridade monetária com a desancoragem das expectativas de inflação.


Na segunda-feira, conversas com os diretores de Política Econômica, Diogo Guillen, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, Renato Dias Gomes, fizeram com que economistas revejam os resultados esperados para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o ano e aumentem a previsão para inflação.

Guillen e Dias são considerados diretores com postura mais dura no que diz respeito à política monetária (e estão no grupo que votou pela redução no ritmo de cortes da Selic de 0,50 ponto percentual para 0,25 p.p. na reunião mais recente do Comitê de Política Monetária), mas não são só eles a sinalizarem tempos mais complicados à frente.

O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, também teria apontado a deterioração nas expectativas inflacionárias como ponto essencial para a ação do BC. De acordo com relatos da reunião de Galípolo com economistas em Nova Iorque, o diretor teria destacado que a maioria dos consultados no questionário pré-Copom acredita em uma Selic em patamar mais restritivo para forçar a inflação ao centro da meta de 3%.

No mercado financeiro, as apostas em uma manutenção dos juros nos atuais 10,50% ao ano no próximo encontro do Copom em junho são amplamente majoritárias. A precificação dos investidores na curva futura de juros aponta para menos de 25% de chances de um corte no próximo encontro. No que diz respeito às opções de Copom negociadas na B3, a probabilidade é de 28%.

A perspectiva de juros mais altos que o antecipado tem afetado o desempenho da bolsa de valores também. Além disso, o desenvolvimento do processo de troca no comando da Petrobras também tem impacto no mercado acionário. A estatal responde por quase 15% do peso do Ibovespa, principal índice acionário do país.

Nesta terça-feira, 21, o Comitê de Pessoas do Conselho de Administração avalia o nome de Magda Chambriard para o lugar de Jean Paul Prates, demitido por Lula na semana passada. Com a aceitação da indicação, Magda deve ser eleita presidente da companhia na reunião do Conselho de Administração da petroleira marcada para sexta-feira, 24.


Fonte: O Antagonista