REDAÇÃO VILHENA NOTÍCIAS

O mergulhador do Corpo de Bombeiros Militar Nathan Cícero de Carvalho Luiz, de 27 anos, acabou se ferindo durante os resgates das vítima da enchente no Rio Grande do Sul. Natan que nasceu em Vilhena e é filho do Tenente BM Natalino Luiz, atualmente mora em Porto Alegre. 

O jovem bombeiro está internado no Hospital da Brigada Militar em Porto Alegre, após se ferir durante os resgates. Ele contou que sofreu um corte no pé ao tentar arrombar a porta de uma residência, e mesmo ferido, continuou sua missão por mais três dias. Sem dormir e já exausto, Natan foi resgatado pela Polícia Rodoviária Federal, já em estado de hipotermia e exaustão.


 

Em entrevista ao VILHENA NOTÍCIAS, Natan explica como tudo aconteceu.

“Fui mergulhar para adentrar em uma residência e ao tentar abrir a porta ela estava trancada. Quando fui arrombar a porta, acabei cortando o pé, tendo sido suturado 4 pontos.

Mesmo com o pé cortado e suturado, eu peguei a embarcação a motor e continuei salvando pessoas, o máximo q pude! Só parei quando meu corpo começou a falhar, eu já estava há 3 dias sem dormir e indo ao 4 ° e começou a me dar febre de 39,5 °C e hipotermia e a resposta começou a ficar lenta. Quando eu saí da água eu caí no chão e ali fiquei.


 
A PRF me resgatou e me levaram para nossa ambulância do CBM e depois ao hospital. Lá me disseram que eu estava com 39,5 °C de febre e hipotermia com o corpo tremendo e com muito frio. Dois dias depois, meu pé não parava de inchar, no hospital abriram meu pé e ao abrir começou a saltar pus pra fora e sangue sujo, estava infeccionado. Foi feita uma drenagem e o médico suspendeu a medicação via oral porque não estava fazendo efeito e disse que entraria com a medicação intravenosa, que é mais forte. Mas logo estarei em QAP máximo e retornarei para salvar mais e mais vidas, se não fosse meu pé estar doendo tanto eu já estaria lá”.

Natan disse também que sua célula realizou o resgate de mais de 400 em apenas um dia.


 

“Em um dia minha célula atendeu um total de 400 salvamentos das 7h até às 20h , de maneira ininterrupta. Eu cheguei a salvar aproximadamente 900 pessoas, dentre elas bebês, recém nascidos, crianças, mulheres, adolescentes, homens, e idosos. Dos animais peguei cachorros, gatos, galinha e até cabra”.


 
Questionado sobre como está sendo a rotina durante os resgates, ele explica que o trabalho não para.

“Os resgates estão incessantes, temos equipes operando há mais de 48h e se negam a abandonar o local pelo espírito de corpo e vocação e poder salvar vidas. Durante o dia, estamos a todo vapor, e à noite, devido à baixa visibilidade, e o risco de bater embarcação em postes, grades, veículos submersos, dentre outros riscos, estamos operando também, mas com cautela e atendendo a chamados registrados via ligação do número 193. Estamos atendendo a todos os chamados, pode até demorar, mas iremos, não deixaremos ninguém para trás. Seja aonde for, nós iremos”.